Comentário sobre o curta de Milton Santos
Milton Santos foi um geógrafo de importância singular na visualização e na
crítica ao Brasil em que o mesmo situa sua crítica feita no vídeo. Formado em Direito
pela Universidade Federal da Bahia (1948) e doutor em Geografia pela Universidade de Strasbourg angariou a si o
conhecimento das leis e da terra. Em razão do golpe militar de 1964 e seu
posicionamento político, causaram a ele, Milton Santos, o exílio.
Tendo em vista que sua afirmação é um tanto firme e sem devaneios explicativos.
Ele fala sobre uma realidade, a qual afirma de tato próprio, muito provavelmente,
pois saiu de uma realidade mais pobre e ascendeu socialmente. Este fato dá ao
mesmo uma ótica precisa a respeito do que ele diz quando, uma vez integrante de
uma classe mais nobre, no Brasil, observa que os indivíduos compositores da
Classe Média não querem direitos, mas sim privilégios, nesta afirmação
pode ele expressar que uma vez possuidores de riquezas financeiras o respeito e
a dignidade são elementos que foram garantidos e o que ainda lhes ansiavam eram
privilégios. Ousa-se afirmar ainda que Milton Santos apoderou-se da ironia para
fazer a crítica à classe média brasileira.
Devido a pouca elucidação do contexto do vídeo é difícil afirmar a qual público
específico ele se dirigiu, era uma manifestação pública? Era alguma crítica às
classes nobres de São Paulo ou do Rio de Janeiro? Quando ele afirma que “No Brasil
não há cidadãos” ele critica o poder exercido das instituições estabelecidas em
todos os âmbitos da sociedade no sentido de o brasileiro não saber usar a sua
cidadania, ou ele quer dizer que os brasileiros não são reconhecidos como cidadãos
no cerne de ato de ser e exercer a busca e efetivação dos direitos do cidadão?
Percebo que suas afirmações podem ser absorvidas em um contexto específico
chamado pós ditadura onde ele expressa ardentemente sua indignação enquanto às
profundas desigualdades sociais onde encontram-se ante um sistema não
equitativo. Atualmente, pode-se entender que a as desigualdades ainda persistem,
os maiores conflitos e reações sociais no país estão ligados à problemática da desigualdade
social.
Jesse de Souza em seu livro: Elite do atraso, vai afirmar ou ele pretende explicar os motivos das questões “resposta” a um problema generalizado. Por exemplo, no sentido de que se há fome em um país rico (Brasil), local ‘armazém’ de alimentos do mundo, é porque tem alguma problemática não resolvida na distribuição ou gerenciamento da economia agrícola.
Na verdade, Milton Santos quer trazer à luz da razão o problema da cidadania, onde a cidadania é a maneira democrática da representação individual das pessoas. Quando o geógrafo afirma que o brasileiro não tem cidadania ele quer dizer também que ainda vivemos pela metade ou sem alguma noção de cidadania, o que ela prevê, de fato, é a participação da Polis no exercício de seus direitos e deveres.
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