Tempo é ouro
A realidade sensitiva que se tem do
tempo é que ele não para. Mas se olhar por outro ângulo poderá entender que o
tempo é melhor percebido quando analisado pelo processo da história. O passado
é uma dádiva. Mas ele também é um demônio. Em determinadas dimensões
há um frescor que emana das recordações do passado. Mas não dá para medir a
transformação que ele causa às pessoas sejam elas boas ou ruins. O carro que
colidiu com o poste, enquanto se dirigia bêbado; a aprovação do vestibular, o
pensamento insano sobre uma outra pessoa, a vaga de emprego, a relação sexual
desprotegida, as falas de ódio proferidas a mãe, o primeiro gole, o primeiro
trago, a primeira carreira, a primeira tentativa de suicídio sem êxito. A vida
está rodeada por situações, às quais pertencem ao passado.
A partir do momento em que se
toma decisões desencadeia-se uma série de ações e reações, a partir disso
quanta dor, quantos êxitos, quanta culpa, quanto orgulho, ressentimentos,
conquistas e observações. Nos fixemos naquilo que machuca: aquele chefe que ao
te ver entendeu que você é um mal caráter e te julga pela sua cor, pela sua
fala mais mansa, pelo seu cabelo, pelos seus piercings, fazendo você se achar
um ser desprezível perante seus amigos ou até conhecidos. O problema dessas
afirmações é que você pode absorver estas ideias e torna-las reais. Mas tudo
isso é mentira. Na verdade, quando você se sente inferior muito provável que
todos em sua volta irão taxar sua vida desta forma.
Uma coisa é sabida, em meio a esses
impasses e preocupações, você pode perceber uma coisa? Percebe que leva tempo
para diluir todas essas informações sejam elas positivas ou negativas e isto
faz de você um gastão, um desperdiçador, esbanjador e sabe do que,
do seu bem mais precioso: o seu tempo. Ele fica preso em seu passado sem
recuperação. Já foi, já era, “perdeu playboy”, sabe aquele idioma
tão sonhado? Aquele livro interessante não há possibilidade de lê-lo mais, não
haverá possibilidades. Os personagens estão ali aguardando que você os conheça.
Sabe aquela palavra amiga que você tanto poderia ter dado, se não disse no
tempo certo, a oportunidade passou. Suas palavras ficaram presas em sua boca. O
tempo passou.
Imagine-se na seguinte situação: em um
determinado momento em sua vida você entende que precisa trabalhar e sem
trabalho a conquista dos seus sonhos ficará, cada vez mais distante. Mas
imediatamente veem a mente: o que fiz para merecer todas essas coisas?
Quais foram as minhas ações? Por que mereço passar por estas situações? Muitos
serão os questionamentos, feitos por impulso, resultado, muitas vezes, de uma
criação mimada e sem lei, quando na infância ao cair no chão alguém o socorria,
mas, na realidade, as forças para se levantar das quedas se formariam neste
momento, e algo interrompeu sua conquista. Lógico este é um exemplo pequeno,
mas não quer dizer que sua reação positiva tenha se esmaecido, apenas por causa
disso, trata-se de uma série de situação que o desestimulou a ser melhor do que
pode ser.
É difícil olhar para o passado e tentar
encontrar saídas quando as esperanças se esvaíram. A realidade se mostra muito
cruel com todos. Muito cruel mesmo! Caso não amadurecer, ficará aos desmandos
dos anseios. Quando se vive por anseios simplesmente vive sem perspectivas e
viver sem perspectivas é o mesmo que se render aos infortúnios da vida.
Parafraseando um pensador brasileiro, Jesse de Souza, “mesmo organizando o
futuro é difícil tê-lo em nossas mãos, pois a chance de fracasso é enorme” que
dirá andar a Deus dará?
Dentro dessa correnteza que nos
transpassa está o presente e ele diariamente se faz urgente e necessário, é
terra fértil, semente germinando, o futuro se apressa. Engraçado como o
presente se torna o futuro em questão de anos. Isto podemos entender, talvez,
dentro de uma lógica quântica. Mas é real. O futuro é o presente em
potência. Sobretudo algo a mais convoca cada um à realidade,
não mais chama e sim convoca. É obrigatório, é imediato, é rápido, pertença ao
seu presente. Porém a vida pede calma e consecutivamente passos mais firmes e
concretos. Caso tenha aproveitado o momento, feito a coisa certa ou errada o
presente não permite tais lamentações. O presente é de Deus, onde ele portador
da GRAÇA, espera-te com a ampulheta KAIRÓS. Ele é o portador da graça. Quando o
peso das ações martelarem o coração, repense as atitudes, observe mais a vida
entenda o que vai mal e nutra forças para mudar a realidade. E mude, mas não
mude segunda-feira, mude agora. O tempo é agora.
Pois o preço do tempo não pode ser
calculado financeiramente, mas ele poderá ser sentido com o passar dos anos...
sua feição será a resposta que apenas um espelho poderá revelar a si mesmo com
lagrimas ou sorrisos.
Deivison
Fernandes.
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