Paulo Amorim e a morte de Joffrey Lennister



Paulo Henrique Amorim no Programa Porchat - Divulgação

Durante um longo período de tempo, o jornalista Paulo Henrique Amorim dedicou sua vida, seu tempo e sua inteligência para alertar, acusar e levantar questões importantes sobre a política feita no Brasil. Sua forma irreverente de fazer jornalismo foi além da teoria, deixou de lado os scripts do editor chefe. Ele disse sobre muitas coisas: alfinetou a rede Globo, criticou ações antinacionais, chamou a atenção do governo, em voga, de Jair Messias Bolsonaro. Insinuou e alertou sobre uma série de assuntos a respeito dos políticos e suas decisões arbitrárias. Disse o que pensava e apontou o dedo aos indivíduos que, por algum desvio de caráter desconhecido engana ainda continua a ludibriar o povo. Ele, em sua forma menos conservadora de fazer jornalismo, entende-se como um profeta brasileiro e deu a própria vida pela verdade. As conquistas, os retrocessos, as ideologias, a forma mais interessante de se manifestar sobre seu país de nascimento e morte foi através de sua profissão, o jornalismo. O mais interessante foi o perceptível tom de não agradar a gregos ou troianos, na realidade, ele disse aquilo que entendeu como verdadeiro e relevante às pessoas.  
Dentre suas diversas manifestações, fora do seu local de trabalho, percorreu a premissa de ser imparcial e opinativo nas mídias sociais. A forma crítica e imutável de suas falas ajuntou em torno de si um número considerável de seguidores, no canal do YouTube: Conversa Afiada. Todo seu legado deixará saudades.  Pois através de sua contribuição jornalística ele trouxe à margem da sociedade brasileira ferramentas capazes de contrapor o normativo e ao padrão contrapondo à mídia “tradicional” outras vertentes dos fatos divulgados pela mercado. Enquanto, por um lado, o jogo de desinformação perpetuava e perpetua por todos os lados do país. Por outro lado ele trazia, através de seus vídeos, lucidez à realidade política do país.  
Dentre os inúmeros vídeos do seu canal, Conversa Afiada, destaca-se aqui uma fala enfática do deputado Lindbergh Farias, por algum tempo nem sai das mentes: “canalhas, canalhas, canalhas...” (Clique aqui) bramido em defesa ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, percebe-se através deste vídeo, a permanência do escrutínio e delicado ato dos políticos em todas as esferas. Ruim do ponto de vista democrático, pois mesmo através de muitos gritos, nada pode ser feito. PHA, como era conhecido queria com isso, talvez, enfatizar e evidenciar a população que tudo passava de um engano e os tempos não mudaram seguem a lógica dos mais ricos.
Na internet, ele publicava vídeos que duravam cerca de 10 minutos a menos. Um de seus últimos vídeos ele opina sobre a lava-jato, usando o termo vaza-jato, não se sabe se o termo foi cunhado por ele, isso em meados do dia 3 de julho de 2019, após as notícias do site The Intercept Brasil divulgado o diálogo entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador da República Daltan Dallagnol na Operação Lava Jato. (Clique aqui).
Contudo, a perda de PHA fere a autenticidade da democracia no imaginário coletivo da oposição (progressista), na busca por alguma mudança, no sentido de que o medo e a morte percorre misticamente aqueles que se opõe ao poder vigente. Ele fazia um papel de contra ponto equilibrando as vertentes no país. A morte de Amorim entra na história como uma dessas mortes que beiram o mistério. Morte que o destino se encarrega de atestar as ações do defunto e suas palavras.
Outro detalhe é lamentar as inúmeras quedas em veículos aéreos no país: 1º a explosão no helicóptero com o jornalista Ricardo Boechat, aos 11 de fevereiro de 2019 e 2º a queda do avião tripulado pelo então Ministro Teori Zavascki, este último as causas são desconhecidas pelas autoridades. Há suspeitas quando fatalidades ocorrem às pessoas que se posicionam contra a grandes mercados, mídias e tendências. Entretanto, Amorim não partiu desta vida ele continuará pois entrou para a história.  Ele se eternizou, como homem defensor do povo, apresentando-se como percursor da verdade, sua integridade deu voz aos mais simples e sem vez.  

Game Of Thrones: Joffrey é envenenado no dia do casamento.
 
GOT

Um personagem muito intrigante o qual tem uma história conturbada e foi conhecido como Joffrey Baratheon, último rei a assumir o trono de ferro em Kingsland, morto por causas muito estranhas. Mas que neste contexto, há consentimento coletivo entre todos os expectadores de GOT – Game Of Thrones – desejar a morte do “último” rei “Baratheon”, portador deste nome apenas no papel.  O fato passa no segundo episódio da quarta temporada. Joffrey assumiu o trono após a morte de seu pai, respeitando a hierarquia das majestades. A morte deste foi realizada por honra, escarnio e dissimulação. Mas, sobretudo para evitar o casamento dele com a princesa Margaery Tyrell herdeira da casa Tyrell, uma das casas mais poderosas entre as do sete reinos. Mas, por qual motivo isso foi feito? Porque mataram o pobre Joffrey? Aliás, ele, como pessoa, não é exemplo a ser dado, mas sim a condução de seu assassinato. Faz-se necessário descrever um pouco sobre este príncipe, pois sobrava-lhe tempo para a tirania, misoginia, violência, onde Sansa Stark[1] saberia relatar bem, muito provável dele ter apenas 19 anos e autor de várias barbáries.  
Fato consumado.  Ao ver o fim da casa Lennisters e da casa Tyrell a partir da derrubada do trono por Joffrey, o qual humilharia a futura rainha caso o casamento ocorresse. A saga, aos cuidados da equipe de produção de GOT, construiu a morte dele de forma cuidadosa. Mas se fez necessária, porque ele minaria o processo do trono e arruinaria o romance.

Ruídos na Comunicação

O problema do ruído na comunicação, dá-se como a brincadeira de telefone sem fio. Inicialmente a mensagem é transmitida sem problemas ou ruídos, porém a partir da quarta pessoa surge situações que não permitem que a mensagem chegue ao último receptor da forma que ela foi criada, ou chegará acrescida ou diminuta de informações. Por isso, a morte do rei que levaria toda história de um nome para a ignorância tem a ver com a possibilidade de um tirano assumir o trono e a dança das cadeiras terminar após o seu governo, o que faria das pessoas escravas da situação e não saberiam o que de fato finalizaria o trajeto de suas vidas. Aliás, ele não agradaria nenhum seguimento dentro da expectativa dos mais sábios na saga, os quais compunham o escalão de políticos, mãos do rei, condes, duques e outros influencers apesar deles serem cumplices de diversos acontecimentos, entretanto sabiam como manejar a política. Joffrey precisava morrer, era um ruído com poder nas mãos. Era preciso ceifar sua trajetória
Divulgação - Domingo Espetacular -  TV Record. 
 
O drama da informação está ligado com o seu grau de volatilidade, pois ela pode ser manipulada a qualquer instante. Inclusive ser modificada, transformada, dissolvida e até recriada. A mãe de Joffrey ficou muito triste com toda aquela situação, apesar dele ser um filho de um incesto.  Mas a morte dele foi um ato heroico. Joffrey foi ENVENENADO por Olenna Tyrell, avó da Margaery Tyrell, e sua morte causou o término de uma ideologia perigosa.

Paulo Henrique Amorim, totalmente diferente de Joffrey, demonstrava a necessidade de um 
pais liberto do capitalismo-selvagem no sentido de não ser submisso aos domínios Norte-americanos. Liberto das garras dos empresários. Ele trabalhou incansavelmente para remover os ruídos existentes entre mídia tradicional, receptores e políticas. Penso, que quando perdemos a fonte de uma verdade, ela, por sua vez, acaba-se confirmando como verdade inquestionável. A morte define e confirma uma trajetória de vida. Ao final da vida do grande mestre do jornalismo podemos encontrar indícios sobre tentativas de destroná-lo de sua real vocação: fazer notícias de fatos e trazê-los a luz da sociedade como utilidade pública. Primeiro, o “afastamento” do seu cargo do Telejornal: Domingo Espetacular, nota emitida pela emissora Record, onde deram diversas explicações e uma delas, segundo artigo da Exame seu afastamento não aconteceu por razões políticas, mesmo sabendo que o jornalista percorria posições diferentes dos da emissora. Mas, ele, todos os dias, permanecera firme, alimentando o seu canal e levando de forma independente suas críticas.  
Porém, em GOT a ideia era não deixar pistas do ocorrido, ficaria em mistérios. Todavia, como em bons romances-fictícios a verdade atinge sua clareza. No Brasil, Amorim, protegido pela lei de livre expressão do pensamento, dizia o que bem lhe era comum como prato e garfo, um incógnito que seria lançado às mentes. Por quê morrer desta forma? deus permitiu esta morte? Misteriosamente. Ele tornou-se um profeta de seu tempo. Lutou para abrir os olhos das pessoas. Contrastou para colocar uma realidade menos cruel da qual dia após dia se aproximava e se aproxima de todos. Desta forma o processo democrático no Brasil vive em constante ameaça.

Uma Pena

Morre Paulo Henrique Amorim, aos 76 anos. Segundo informações da jornalista da rádio CBN - RJ, “morreu aos 77 anos em decorrência de um mau súbito, a notícia foi confirmada pela TV Record, onde ele trabalhava. Amorim teria passado mal após um jantar com amigos e morreu em casa na Zona Sul, do Rio de Janeiro. (...) com 58 anos de carreira ele começou no jornal A noite e passou por grandes emissoras como a Rede Globo e revistas como Veja, Exame e Fatos e Fotos. Seu último trabalho foi como apresentador do Domingo Espetacular na TV Record (...)” (Áudio Clique).
Capa do DVD - Cover DVD 1 Region.

A primeira observação importante sobre o jornalista é a idade, alguns jornais dizem que ele faleceu aos 76 e outros afirmam que foi aos 77 anos. Em segundo lugar, após um jantar com “amigos” ele faleceu de um mau súbito. Corriqueira morte súbita acontece a folhas secas no outono, ou a equipamentos que queimam, o equipamento pifou subitamente. Outro dado importante são seus acompanhantes, afinal quem estava com ele no jantar, além de sua esposa?  Na verdade, ninguém sabe quem são estes amigos que estavam juntos dele. Amorim, sofreu um infarto logo após um jantar com amigos e eu repito um jantar com amigos.
Joffrey sofreu uma morte súbita no almoço de seu casamento, morreu porque vivo atrapalharia, era uma pedra, um cisco no olho, uma carne no dente, um homenzinho infantil e truculento. Ele morreu porque suas ambições não concordavam com os desejos da Casa Tyrell. Por isso, ele morreu.




[1] [1] Sansa Stark foi uma das pretendentes a se casas com Joffrey.








Comentários

Postagens mais visitadas