Dólar influencia aumento de preços dos alimentos
Outros setores, como a indústria gráfica, também passam pelas mudanças provocadas pela moeda. O consumidor final do produto é quem paga pelas diferenças no aumento
Silvânia
Gonçalves de Oliveira, 47, dona de um café no bairro Jardim Arpoador relata
como escapar das altas do dólar. O dilema que enfrenta é o repasse a longo, ou
curto prazo das altas nos preços da mercadoria ao consumidor. Outro caso
semelhante é a do administrador Antônio Evandro Mazzutti, 35, que atua na área
de produção industrial gráfica. Segundo ele, o dólar é uma influencia constante
nos investimentos internos da empresa, mas o preço final do produto quem paga
são os clientes.
Silvânia,
atenta aos fregueses, procura amenizar os aumentos das mercadorias no valor
final. “Não repasso os valores de imediato aos consumidores, corro riscos na
venda e posso perder clientes”. Mazzutti,
diferente de Silvânia, reconhece as alterações. Para ele e sua equipe de
trabalho, as mudanças do dólar são sentidas de imediato e precisam ser
repassadas ao consumidor. “O dólar nos influencia em dois aspectos: primeiro
nos investimentos internos com a compra de maquinários europeus, financiados em
dólar, depois com a compra de papel, tintas e tecnologias.”
Repassar
ao cliente o preço final do produto, segundo Silvânia, chega a ser desonesto, entretanto a persistência dos altos
valores nas mercadorias a impede de manter o preço a baixo. O mesmo acontece
nas livrarias que comercializam os livros produzidos na gráfica onde trabalha
Mazzutti. “É melhor que repassemos os
preços aos clientes imediatamente a esperarmos por prejuízos em nossas
finanças. Em pouco tempo os consumidores sentirão as interferências do dólar.”
Para
Silvânia, a pesquisa dos preços é o que faz a diferença. “Procuro pechinchar.
Vou a lugares que oferecem valores mais acessíveis”. Em seu café, o preço dos
ingredientes que fabricam o bolo está em alta há duas semanas. Mas, segundo
dados do Banco do Brasil o dólar operou em baixa dos dias 03 à 11/09 e isso é
um bom sinal, mas não baixou os valores dos ingredientes. “Se continuar assim, mais cedo ou mais tarde,
terei de repassar ao consumidor o reajuste, mas busco não repassar para
mantê-los fieis ao meu ponto”. Mazzutti
diz que não é possível estruturar um esquema que detenha os desequilíbrios da
moeda. “Quando a alta persiste tenho que repassar, pois se não repasso acabo no
prejuízo. Há gráficas que não repassam os valores e chegam à falência”.
A
baixa do dólar em duas semanas demonstrada pelo Banco Central contribuiu para o
equilíbrio dos preços na gráfica de Evandro Mazzuti e no comércio de Silvânia
Gonçalves. Ambos comemoram, pois os preços, ainda, não sofreram reajustes drásticos
e os clientes não foram atingidos ao longo desta semana. Para eles, o
importante é não dar prejuízos aos consumidores. A baixa do dólar é desejável,
pois garantiria o preço estável e aumentaria as vendas, tanto nos livros quanto
nos alimentos e as pessoas poderiam adquirir bens com maior facilidade.
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